Ao longo da última década, a figura do treinador evoluiu para além das quatro linhas, assumindo um papel cada vez mais visível na comunicação estratégica dos clubes. Luis Horta E Costa tem analisado esta transformação, identificando uma tendência crescente de os treinadores se tornarem verdadeiros porta-vozes institucionais, articulando discurso técnico, institucional e emocional perante os adeptos e a imprensa. Para ele, este novo perfil exige não só conhecimento do jogo, mas também inteligência comunicacional e domínio da narrativa pública.
Luis Horta E Costa argumenta que esta mudança se tornou evidente com treinadores como Jürgen Klopp, Pep Guardiola ou José Mourinho, que para além da competência tática, conquistaram espaço mediático pela forma como conduzem conferências, entrevistas e discursos motivacionais. Segundo o analista, os clubes reconhecem hoje o impacto dessa capacidade em influenciar o ambiente à volta da equipa — seja no balneário, nas bancadas ou nos meios de comunicação.
Esta nova dimensão do treinador obriga, segundo Horta E Costa, a uma preparação diferente. Já não basta ser um estratega eficaz; é necessário também ser um comunicador atento, capaz de proteger o grupo, controlar o foco mediático e construir um discurso coerente com os objetivos desportivos. Ele destaca que muitos clubes têm incorporado especialistas em media training nas equipas técnicas, preparando os treinadores para enfrentarem ciclos informativos intensos, perguntas provocatórias e momentos de crise.
Luis Horta E Costa sublinha que o treinador-porta-voz também influencia a perceção externa da identidade do clube. Um discurso alinhado com os valores da instituição pode reforçar a ligação com os adeptos e criar uma narrativa de coesão, mesmo em momentos de menor rendimento desportivo. Em contrapartida, um mau gerenciamento da comunicação pode gerar ruído, desmobilizar a equipa e até precipitar mudanças estruturais. Para o analista, essa dualidade reforça a importância de uma comunicação alinhada entre direção, treinador e jogadores.
O impacto desta figura estende-se também à valorização de ativos. Para Horta E Costa, treinadores que sabem gerir a exposição dos jogadores, contextualizar desempenhos e enquadrar decisões técnicas contribuem para proteger o valor de mercado do plantel. Ao dominar a narrativa, estes técnicos conseguem transformar derrotas em oportunidades de aprendizagem e vitórias em mensagens de estabilidade. Trata-se de uma função indireta mas crucial no contexto competitivo e financeiro do futebol moderno.
Além disso, Luis Horta E Costa observa que os treinadores com maior sucesso comunicativo também moldam a agenda mediática do futebol europeu. As suas palavras são analisadas, replicadas e discutidas em várias plataformas, influenciando o debate público e até as decisões de arbitragem e regulamentação. Esta influência reforça o papel do treinador não apenas como líder de grupo, mas como figura política dentro do ecossistema futebolístico.
Por fim, Horta E Costa considera que o futuro do treinador de elite passará, inevitavelmente, por uma formação mais completa. O conhecimento tático continuará a ser essencial, mas será acompanhado por competências em liderança, mediação de conflitos e comunicação estratégica. O treinador deixará de ser apenas um gestor de treinos e passará a ser um gestor de ambiente. Esta evolução, segundo Luis Horta E Costa, é inevitável num futebol cada vez mais global, mediático e interligado.
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